O lado financeiro das Instituições de Ensino. Como aliviar a tensão?
Um dos maiores problemas, ou talvez o principal, em meio à pandemia, é como as escolas vão seus pagamentos em dia sem ter muito prejuízo financeiro com a perca de rendimento, mas ainda precisando manter alguns gastos fixos?
No webinar O lado financeiro das Instituições de Ensino. Como aliviar a tensão?, a Filho sem fila contou com as dicas de três especialistas que contribuíram com ideias para que as instituições de ensino possam se manter neste momento sem muita preocupação imediata.
O CEO da Filho sem Fila, Leo Gmeiner iniciou pontuando que estamos em um enfrentamento contra as questões financeiras. “Estamos no momento realmente oportuno para falar com os gestores de escolas e das mantenedores e as pessoas realmente têm a grande responsabilidade de enfrentar essa transformação porque, na verdade, estamos tendo uma grande oportunidade de fazer de uma forma diferente e esse é o meu propósito”.
O gerente de Facilities da Associação Cultura Inglesa, Jerson Souza, disse que a principal dificuldade foi ter que parar as operações. “O maior de desafio foi fechar as unidades, o nosso front end, que é o nosso carro-chefe. Fechar as portas não foi legal para gente, por conta do atendimento presencial que é o nosso forte, mas entendemos que o mais importante hoje é a segurança de funcionários e alunos”.
E ainda explicou como está sendo possível fazer a gestão de custos mantendo os serviços, sem afetar a qualidade. “A mensagem agora é não afetar nosso aluno de forma nenhuma. Obviamente que nossas unidades estão fechadas, mas entendemos que elas devem estar sempre em ordem, porque não sabemos até quando vai esse problema. O que temos feito é manter as manutenções preventivas de forma regular para que as unidades fiquem prontas para receber os nossos funcionários e alunos. E isso é um desafio. Este é o momento que temos que olhar para as parcerias. O comitê de crise da Cultura Inglesa faz reuniões diariamente para estudar a evolução desta crise e nos mantém informados. Com isso entendemos que a gente volta mais forte, tanto individual como coletivamente, e acredito que será um grande ganho para todos”, comenta Jerson.
“Se você quer ter a escola lá para quando as aulas voltarem, para que seus filhos possam continuar a ter as aulas e a qualidade que você sempre gostou, e por isso paga por isso, continue pagando. Não é uma questão a ser discutida. A prestação de serviço não deixou de ser feita, apenas está indo por um canal diferente. Então se você gosta do que você tem, mantenha”, reforça o CEO da Filho sem Fila.
O especialista em Educação Financeira, Reinaldo Domingos, orientou sobre como como as escolas podem sair desta fase no meio desta turbulência. “Temos o privilégio deve viver um momento totalmente novo que é de aprendizado e é muito importante para as nossas empresas e para as pessoas. Estamos em um cenário de dificuldades, mas de oportunidades. As empresas, em especial as instituições de ensina, têm que ter muita calma, porque na verdade nós estamos lidando com uma situação jamais vivida. Muitas escolas grandes já estavam trabalhando com plataformas digitais, mas muitas das médias e pequenas, não. E agora temos uma situação totalmente diferente. A pergunta que deve ser feita é quanto tempo você mantém o seu atual custo/despesas dentro da sua instituição? Quanto de dinheiro dispõe para sustento nos próximos meses, já que é muito difícil manter aquela mesma receita que tinha meses atrás? Vai ter muita gente inadimplente que vai deixar de pagar as escolas, e como fica o custo da empresa? Então é fundamental o levantamento imediato do custo geral e fazer cortes e reduções, protegendo seus trabalhadores”, alerta.
Sobre as ações do Governo para ajudar as escolas e pequenas empresas a se manterem com seus custos, em especial a oferta de crédito via BNDS, Jerson disse estar satisfeito.
“Essas iniciativas são boas e vêm sempre para colaborar por um momento ímpar e todos têm que fazer o seu papel, e com o Governo não pode ser diferente, não podendo se omitir nesse momento, até porque ele depende de continuidade das empresas que vai refletir no próprio crescimento do País. Então, de certa forma, se o benefício vier para colaborar pela manutenção dessas empresas, entramos em um círculo virtuoso, as empresas continuam operando e, possivelmente, virão mais fortes, pensando em coisas que talvez nunca fizeram parte do dia a dia, mudando o mindset, e tirar corpo fora da caixinha, não só a cabeça, buscando. Todas essas ações, não só do Governo, mas até mesmo o espírito dos pais em manterem o serviço e não deixarem de pagar a escola, porque para manter a qualidade da escola lá na frente quando o filho dele voltar é importante. Não é só Governo, mas todas as empresas e pessoas físicas têm que fazer seu papel é nessa. Se pode continuar contribuindo com suas com suas obrigações é muito importante. O ponto é não se tirar proveito nesse momento, essa é a palavra de ordem. Uma frase que eu gosto de usar é que juntos somos mais fortes”, fala o gerente de facilites da Cultura Inglesa.
Contudo, estas opções de auxílio financeiro são proposta que, minimamente, os empresários esperam da administração nacional. “O Governo está buscando um papel que cabe a ele, nada além daquilo que esperamos, e acho até que poderia fazer mais, apesar de ser uma questão de dosagens. A maior parte das empresas não tem sustentabilidade nem por um mês, essa é a grande verdade, há exceções, claro, mas o grau de empresas que fecham por não se sustentarem é alto. Temos uma grande inadimplência por conta dos impostos no País, o que é um problema. Com certeza haverá um financiamento por parte do Governo, principalmente no regime Simples, que são mais de 50% das empresas que empregam no País. E elas tendem a ter as prorrogações nos seus impostos. E vai sim ter um Refis, com certeza. Então aconselho para as escolas que parem de pagar seus impostos, é preciso tomar essa decisão, porque existem algumas prioridades como os seus colaboradores e funcionários. O Governo, neste momento não é uma prioridade, assim como as concessionárias de energia elétrica, de telefone e água”, diz Reinaldo.
Um levantamento, realizado com 1.500 pequenas empresas, mostrou que, em média 78,4 % tem até 20 funcionários. Destes negócios, 37,1 % tem fôlego para menos de um mês, 27,6% para um mês e 19,4% para dois meses.
A economista Maria Auxiliadora Umbelino de Souza finaliza mostrando que as escolas têm uma excelente oportunidade nas mãos. “O Governo realmente está preocupado com a questão da folha de pagamento, o que penso ser um problema para todas as empresas e as escolas não estão livres desse problema, pois vão começar a atrasar a folha de pagamento, caso não recebam as mensalidades. A ação do Governo com relação a isso é bastante interessante com uma linha de crédito, com taxas e prazos relevantes, para quem está na faixa de R$360 mil até R$ 10 milhões por ano de faturamento, com taxa de 3,75% ao ano, com carência e pagamento em até 30 meses, o que é uma alternativa positiva para escolas e pequenas empresas a terem mais fôlego”, completa.
Além dessas indicações, os especialistas deram outra ideias e soluções para que você não tenha tanta dor de cabeça durante a pandemia.
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