Como a tecnologia pode beneficiar a educação
No Colégio Bandeirantes de São Paulo, tablets e celulares fazem parte do material didático há sete anos e oferecem uma construção educativa mais positiva
Não é de hoje que a tecnologia faz parte de nossas vidas. Se pararmos para analisar na história, aparelhos tecnológicos são muito mais antigos do que se imagina. Por volta de 1640 foi criada a primeira máquina de calcular automática, desenvolvida pelo matemático francês Blaise Pascal. E foi daí que iniciou a trajetória dos aparelhos tecnológicos.
Já a primeira geração de computadores, como conhecemos hoje, está datada em 1951, com o famoso ENIAC, que funcionava por meio de circuitos e válvulas eletrônicas. Já a quarta geração, que é esta na qual vivemos, iniciou em 1975.
Alunos e a tecnologia escolar
Por este breve histórico é possível notar que não teríamos como fugir da evolução da tecnologia e que, muito mais além, precisaríamos coloca-la de vez em nosso cotidiano. E por que no ambiente escolar seria diferente, já que vivemos na época da geração dos Millennials?
Também conhecida como geração Y, aqueles nascidos entre o período da década de 80 até o começo dos anos 2000, tem seu próprio comportamento e padrão de consumo baseados nos grandes avanços tecnológicos e da prosperidade econômica.
Para o diretor de tecnologia educacional do Colégio Bandeirante de São Paulo, Emerson Bento Pereira, é preciso que as escolas entendam isso e ambientem sua rotina para esta nova geração. “As escolas devem integrar as tecnologias no ensino. Os alunos de hoje são muito digitais e eles entendem se a escola está vivendo no mundo que eles vivem. E este é um ganho pedagógico muito importante para qualquer instituição quando falamos em aprendizagem”, comenta.
A transformação digital já começou
Mas, para os colégios que ainda não se acostumaram com a ideia de que o digital agora é parte do processo educacional e que eleva qualquer ação pedagógica, Emerson cita o que, nestes sete anos, o Bandeirante conquistou com seus alunos. “A tecnologia ajuda o estudante na formação integral, já que precisam ter, além de outras competências, a tecnológica. Os alunos estão nas plataformas digitais, com isso conseguimos monitorar o ensino, bem como nos valer do uso de outras mídias que as redes oferecem. Elas podem ser muito mais produtivas”, mostra.
O processo de transformação digital é complicado e pode ser custoso, mas é possível e necessário. Em tempos de crise, ter uma estrutura bem montada, colabora em alta escala com a instituição, como nos dias atuais que vivemos, com pandemia. E o Colégio Bandeirantes é um exemplo disso.
Porque implementar a tecnologia?
Emerson disse que é viável para qualquer escola implementar a tecnologia no processo educacional, mas faz alertas importantes. “Questões financeiras, por exemplo, não podem ser impeditivos para que as escolas não mudem a forma como ensinam seus alunos. Aqui no Colégio Bandeirantes temos uma estrutura necessária para atendê-los da melhor forma, mas cada instituição inicia de acordo com a sua possibilidade. É possível. Mas é preciso entender que transmitir aulas online no método tradicional de ensino não proporciona ganho educativo. É fundamental se conectar ao mundo digital como nossos alunos fazem”, orienta.
E se você ainda tem medo de inserir a tecnologia na escola por acreditar que os alunos ficarão desfocados, o diretor de tecnologia educacional do Colégio Bandeirantes, mostra que isso é mais responsabilidade da escola do que dos próprios alunos.
“O Bandeirantes é um lugar de educação. Temos que ensiná-los aqui. Tanto que não bloqueamos nenhum tipo de acesso, pois eles aprendem o que, como e em qual momento acessar o que querem ou o que precisam. Apenas obstruímos sites maliciosos. No mais, são regras educativas como o professor conversar duas vezes com o aluno que acessar outras redes e sites durante a aula e na terceira retiramos o aparelho e encaminhamos para uma outra conversa com um orientador, por exemplo. Além disso, alunos até 13 anos apenas utilizam tablet, já que até esta idade ainda não sabem se autorregular e, desta forma, o professor consegue observar melhor a conduta do estudante. A partir disso já permitimos o uso do celular em aula”, conta Emerson.
Mudança de mentalidade
Por fim, ele ressaltou que a forma como o mundo caminha foi transformada pela tecnologia. “É importante entender que como há um capital financeiro e um capital intelectual, por exemplo, há o capital digital e quando você muda a mentalidade, você muda os movimentos educacionais, ganhando mais força no ensino”, completa.
E o que você está esperando para oferecer mais competências para os alunos e ter ganhos ainda maiores na educação?