Pais participativos impulsionam o desenvolvimento dos filhos
Um dos pontos cruciais no progresso educacional das crianças é a presença dos pais. Eles são ferramentas fundamentais para que seus filhos valorizem o dia a dia escolar e os estudos.
Segundo a psicóloga e coach infantil Thaís Ribas, a participação ativa dos pais é vital para os filhos.
“Pais envolvidos com os estudos de seus filhos são aqueles que vão além de acompanhar as tarefas escolares. Leem os bilhetes, as anotações na agenda, participam das reuniões, do grupo de pais nas redes sociais, conversam com os professores, participam de festas da escola ou dos amiguinhos de seus filhos e tantas outras coisas que envolvem este período. Desta forma, a criança percebe, mesmo que inconscientemente, que eles se importam com ela. Com isso, quanto maior a participação e a presença dos pais, mais força e motivação a criança vai desenvolver, proporcionando uma conversa mais direcionada sobre as suas vivências”, conta.
A especialista mostra ainda que o desenvolvimento é notado na rotina educacional do aluno por seus professores, com base em estudos.
“A observação diária vivenciada por educadores constata no cotidiano as diferenças entre os alunos que contam com o apoio familiar e aqueles que não têm esse suporte. O relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a partir de resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), corrobora essa percepção dos profissionais, mostrando que a participação dos pais na vida escolar das crianças costuma resultar em melhor desempenho e impacta, inclusive, no comportamento no ambiente escolar”, revela Thaís.
O conceito chave, segundo a psicóloga, é estimular habilidades, para que os pais possam ser mais ativos na educação dos alunos, especialmente quando não dominam determinados assuntos.
“Eles se esforçam para auxiliar seus filhos nos estudos, mas encontram dificuldades em assuntos nos quais não têm contato há um tempo ou que não dominam. Mas sempre é possível ajudar e estimular habilidades, como resiliência, perseverança e curiosidade, características que são necessárias na vida como um todo. Além disso, é importante colocar a vida escolar no cotidiano da família, questionando sobre como foi o dia, por exemplo. Os pais também podem falar de si, sobre os seus dias, trabalhos, situações boas ou ruins e as formas como agiram sobre os fatos. Inclusive, é fundamental valorizar o conhecimento, os professores e a aprendizagem. Os filhos aprendem por modelagem, ou seja, pelos modelos que os pais dão ou demostram. Os pais devem apoiar o protagonismo do estudante, acreditar que a criança e o jovem são capazes de fazer suas próprias escolhas, incentivar diariamente leituras, atividades culturais e outras ao ar livre que não estejam relacionadas aos assuntos da escola”, orienta.
Thaís alerta que os pais precisam dar aos seus filhos o direito de errar, fracassar e se frustrar.
“Eles devem pensar, desenvolver e resolver questões ou situações por conta própria, a partir das orientações repassadas em casa”, complementa.
Por fim, a psicóloga indica o caminho para que os pais participem mais da rotina escolar com seus filhos.
“O momento do estudo não precisa ser pesado, nem sofrido. Com disponibilidade, disposição e a dedicação de todos da família, se torna mais leve, descontraído e até divertido. A primeira dica é reforçar verdadeiramente qualquer desempenho positivo, mesmo que não seja o “excelente” ou o desejado pelos pais. A segunda é não fazer comparações entre seus filhos e outras crianças, principalmente da família. Esse tipo de atitude não ajuda no desenvolvimento escolar. Além disso, é recomendado treinar com o estudante situações que possam vir a acontecer na escola e que trazem ansiedade e nervosismo, assim ele vai encontrar novas formas mais confortáveis e seguras de lidar com os problemas. Os pais também devem sempre acolher seus filhos, o que não significa concordar com preguiça ou com nota baixa, mas evitar julgamentos e buscar compreender o momento pelo qual a criança ou adolescente passa. Um caminho para fazer isso é o pai ou mãe falar para o filho como se sentem frente a alguma reunião de trabalho ou contar sobre como se sentiam em períodos de avaliação, provas, etc. Isso ajuda a criança a perceber que algumas situações não ocorrem somente com ela”, completa.